Desdobramento de ações: explicação prática do “split”

Explicações, constatações, exemplos e dicas sobre desdobramento de ações (split): este artigo reúne o que você precisa saber!

Por Redação Alex Anton 10 de Setembro de 2025 - Atualizado em 10 de Setembro de 2025 7 min. de leitura
Imagem de um homem de terno analisando gráficos de ações no monitor, com setas ascendentes ao fundo, simbolizando crescimento no mercado de ações. Texto destaca decifrando o split e desdobramento de ações.

O valor de mercado de uma empresa não se resume ao faturamento, você sabe. Principalmente se essa organização tem ações na Bolsa de Valores e é adepta ao chamado “split” de ações, uma divisão delas em mais unidades.

A forma como essas ações são negociadas influencia diretamente na atratividade de um negócio, bem como em sua liquidez e na percepção de valor especificamente por parte de seus investidores.

Este artigo explica o split em detalhes – e foi escrito para lhe ajudar com seu capital allocation, se você tiver interesse em agir nesse sentido.

O que é um split de ações?

O split, termo que pode ser traduzido como “desdobramento” para o português no contexto financeiro, é uma operação da Bolsa de Valores em que uma empresa divide suas ações em um número maior de unidades.

Essa operação reduz o preço por ação, mas não altera o valor total da companhia e nem a participação proporcional de cada acionista, por isso, muitos empresários a consideram benéfica – principalmente se seus objetivos envolvem negociar papéis na Bolsa com mais facilidade e ampliar a acessibilidade a novos investidores.”

Imagine que um acionista tenha 100 ações de R$ 50 cada (total R$ 5 mil em ações): se a empresa realizar um split no formato “2 para 1”, o acionista passará a ter 200 ações custando R$ 25 cada.

O patrimônio não muda, mas há mais unidades de ações da empresa circulando no mercado, por um preço mais baixo. Cada ação se torna mais negociável, e a empresa ganha liquidez e visibilidade junto a diferentes perfis de investidores.

Como funciona o split de ações? Explicação rápida

Por mais que movimentos de capital allocation não tenham fórmula secreta e dependam dos objetivos e da estrutura de cada instituição, o split de ações, na prática, costuma seguir um passo a passo fixo:

  1. O conselho ou a diretoria decidem pela operação e definem a proporção da divisão (2:1, 4:1, 10:1 ou outra)
  2. A decisão é encaminhada para aprovação de acionistas, garantindo uma governança ESG
  3. Ocorre a comunicação oficial ao mercado da decisão sobre a divisão das ações da empresa e a data em que os ajustes começam a valer
  4. Automaticamente, a Bolsa de Valores executa o split

Os investidores percebem a divisão refletida em suas carteiras de ações, mas não precisam agir individualmente, enfrentar burocracias ou gastar dinheiro.

Imagem representando a fusão de documentos digitais, ilustrando o conceito de junção ou combinação de arquivos, ideal para temas de gestão de documentos ou tecnologia da informação.

E você sabia que o Magazine Luiza é um bom exemplo de empresa brasileira que realizou divisão de ações?

Foram três desdobramentos sucessivos, em 2017, 2019 e 2021, e a organização acabou multiplicando sua base de acionistas porque tornou suas ações mais acessíveis.

“Na prática, isso significou democratizar o acesso às ações da empresa e reforçar a liquidez do papel, o que ajudou a consolidar o Magazine Luiza como uma das queridinhas do mercado na época”, explica Alex Anton, estrategista, investidor e conselheiro com mais de 1 bilhão de reais investidos em startups na América Latina.

Como o Magalu, várias outras empresas já executaram a operação em algum momento de suas existências, utilizando-a para equilibrar liquidez, acessibilidade e estratégia de mercado.

Por que as empresas fazem split hoje em dia? 6 motivações para você ponderar

O desdobramento de ações pode acontecer uma única vez ou pontualmente ou, como foi o caso do Magazine Luiza, várias vezes consecutivas em diferentes anos. Essa operação pode ter diferentes motivações:

  1. Aumento da liquidez e da facilidade de negociação de papéis na Bolsa
  2. Redução de barreiras/facilitação do acesso de novos investidores
  3. Expansão da base acionária para maior estabilidade de mercado
  4. Preço da ação em patamares similares aos de outras companhias, facilitando as análises por parte dos investidores
  5. Possível atração de capital de longo prazo
  6. Melhora da percepção de valor pelos stakeholders

Um preço elevado por ação transmite a ideia de inacessibilidade de uma companhia, enquanto valores mais baixos aumentam a atratividade.

Sem contar que o split pode ajudar a preparar o terreno para futuras ofertas de ações, recompras ou movimentações estratégicas!

Mas vale reforçar

Enquanto as vantagens do desdobramento incluem ampla liquidez, ações mais acessíveis e percepção positiva de crescimento da empresa, a operação tem seus riscos, afinal, não gera valor real – é cosmética, entende?

O split pode aumentar a volatilidade da companhia (se de menor porte) e atrair investidores de perfil mais especulativos que nem sempre estão alinhados com os objetivos de longo prazo da empresa, portanto, a decisão de realizá-lo precisa ser friamente calculada.

“Não decida pelo split apenas para agradar o mercado ou porque outras empresas já o fizeram: avalie se fazê-lo está alinhado aos objetivos estratégicos da sua companhia, ao perfil da sua base acionária e ao momento de mercado”, orienta Alex Anton.

Caso contrário, o risco é usar uma ferramenta cosmética sem gerar benefícios concretos.

Considere o split de ações quando…

O split de ações vale a pena nos seguintes cenários:

  • Houver valorização significativa delas, tornando-as caras se compradas por unidade
  • For interessante para a empresa ampliar sua liquidez
  • Você estiver planejando novos movimentos de mercado
  • A ideia for preparar o terreno para futuros movimentos estratégicos, como fusões e aquisições ou até mesmo abertura de capital

E não confunda o “split” com o “inplit” e a “bonificação”, outras operações sobre as quais você talvez já tenha ouvido falar.

Split, inplit e bonificação: qual a diferença?

Enquanto, no split, as ações na Bolsa de Valores são divididas em mais unidades, no inplit ou “grupamento”, várias ações são reunidas numa só (acontece justamente o inverso, apesar de o patrimônio também ficar inalterado).

Finalmente, a bonificação é a distribuição gratuita de novas ações, feita com o propósito de recompensar acionistas e aumentar a quantidade de investidores em alteração do valor unitário.

“Tenho uma última dúvida! O split é um evento tributável?”

Não, do ponto de vista fiscal, você não precisa se preocupar: como não há ganho de capital da empresa com a operação de desdobramento de ações, não há impostos cobrados sobre ela.

Quaisquer tributos só vão incidir futuramente, quando houver venda das ações com lucro.

A contabilidade também é neutra, e você só vai precisar de um ajuste no número registrado de ações.

Entenda se chegou a hora de agir

Um split pode ser decisivo para você melhorar a acessibilidade de quem investe em ações do seu negócio, aumentar a base de investidores e alinhar a percepção de mercado ao crescimento da empresa.

“No fim das contas, a chave está em usá-lo com propósito estratégico, alinhado a um plano de longo prazo, em vez de tratá-lo como mera manobra de mercado”, conclui Alex Anton.

Se precisar de ajuda para entender o momento certo de agir, o melhor caminho será contar com uma mentoria estratégica sobre levantamento e alocação de capital. Comece hoje para revolucionar o seu negócio amanhã (literalmente, mesmo!).

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