
- O que é um split de ações?
- Como funciona o split de ações? Explicação rápida
- Por que as empresas fazem split hoje em dia? 6 motivações para você ponderar
- Mas vale reforçar
- Considere o split de ações quando…
- Split, inplit e bonificação: qual a diferença?
- “Tenho uma última dúvida! O split é um evento tributável?”
- Entenda se chegou a hora de agir
O valor de mercado de uma empresa não se resume ao faturamento, você sabe. Principalmente se essa organização tem ações na Bolsa de Valores e é adepta ao chamado “split” de ações, uma divisão delas em mais unidades.
A forma como essas ações são negociadas influencia diretamente na atratividade de um negócio, bem como em sua liquidez e na percepção de valor especificamente por parte de seus investidores.
Este artigo explica o split em detalhes – e foi escrito para lhe ajudar com seu capital allocation, se você tiver interesse em agir nesse sentido.
O que é um split de ações?
O split, termo que pode ser traduzido como “desdobramento” para o português no contexto financeiro, é uma operação da Bolsa de Valores em que uma empresa divide suas ações em um número maior de unidades.
Essa operação reduz o preço por ação, mas não altera o valor total da companhia e nem a participação proporcional de cada acionista, por isso, muitos empresários a consideram benéfica – principalmente se seus objetivos envolvem negociar papéis na Bolsa com mais facilidade e ampliar a acessibilidade a novos investidores.”
Imagine que um acionista tenha 100 ações de R$ 50 cada (total R$ 5 mil em ações): se a empresa realizar um split no formato “2 para 1”, o acionista passará a ter 200 ações custando R$ 25 cada.
O patrimônio não muda, mas há mais unidades de ações da empresa circulando no mercado, por um preço mais baixo. Cada ação se torna mais negociável, e a empresa ganha liquidez e visibilidade junto a diferentes perfis de investidores.
Como funciona o split de ações? Explicação rápida
Por mais que movimentos de capital allocation não tenham fórmula secreta e dependam dos objetivos e da estrutura de cada instituição, o split de ações, na prática, costuma seguir um passo a passo fixo:
- O conselho ou a diretoria decidem pela operação e definem a proporção da divisão (2:1, 4:1, 10:1 ou outra)
- A decisão é encaminhada para aprovação de acionistas, garantindo uma governança ESG
- Ocorre a comunicação oficial ao mercado da decisão sobre a divisão das ações da empresa e a data em que os ajustes começam a valer
- Automaticamente, a Bolsa de Valores executa o split
Os investidores percebem a divisão refletida em suas carteiras de ações, mas não precisam agir individualmente, enfrentar burocracias ou gastar dinheiro.
E você sabia que o Magazine Luiza é um bom exemplo de empresa brasileira que realizou divisão de ações?
Foram três desdobramentos sucessivos, em 2017, 2019 e 2021, e a organização acabou multiplicando sua base de acionistas porque tornou suas ações mais acessíveis.
“Na prática, isso significou democratizar o acesso às ações da empresa e reforçar a liquidez do papel, o que ajudou a consolidar o Magazine Luiza como uma das queridinhas do mercado na época”, explica Alex Anton, estrategista, investidor e conselheiro com mais de 1 bilhão de reais investidos em startups na América Latina.
Como o Magalu, várias outras empresas já executaram a operação em algum momento de suas existências, utilizando-a para equilibrar liquidez, acessibilidade e estratégia de mercado.
Por que as empresas fazem split hoje em dia? 6 motivações para você ponderar
O desdobramento de ações pode acontecer uma única vez ou pontualmente ou, como foi o caso do Magazine Luiza, várias vezes consecutivas em diferentes anos. Essa operação pode ter diferentes motivações:
- Aumento da liquidez e da facilidade de negociação de papéis na Bolsa
- Redução de barreiras/facilitação do acesso de novos investidores
- Expansão da base acionária para maior estabilidade de mercado
- Preço da ação em patamares similares aos de outras companhias, facilitando as análises por parte dos investidores
- Possível atração de capital de longo prazo
- Melhora da percepção de valor pelos stakeholders
Um preço elevado por ação transmite a ideia de inacessibilidade de uma companhia, enquanto valores mais baixos aumentam a atratividade.
Sem contar que o split pode ajudar a preparar o terreno para futuras ofertas de ações, recompras ou movimentações estratégicas!
Mas vale reforçar
Enquanto as vantagens do desdobramento incluem ampla liquidez, ações mais acessíveis e percepção positiva de crescimento da empresa, a operação tem seus riscos, afinal, não gera valor real – é cosmética, entende?
O split pode aumentar a volatilidade da companhia (se de menor porte) e atrair investidores de perfil mais especulativos que nem sempre estão alinhados com os objetivos de longo prazo da empresa, portanto, a decisão de realizá-lo precisa ser friamente calculada.
“Não decida pelo split apenas para agradar o mercado ou porque outras empresas já o fizeram: avalie se fazê-lo está alinhado aos objetivos estratégicos da sua companhia, ao perfil da sua base acionária e ao momento de mercado”, orienta Alex Anton.
Caso contrário, o risco é usar uma ferramenta cosmética sem gerar benefícios concretos.
Considere o split de ações quando…
O split de ações vale a pena nos seguintes cenários:
- Houver valorização significativa delas, tornando-as caras se compradas por unidade
- For interessante para a empresa ampliar sua liquidez
- Você estiver planejando novos movimentos de mercado
- A ideia for preparar o terreno para futuros movimentos estratégicos, como fusões e aquisições ou até mesmo abertura de capital
E não confunda o “split” com o “inplit” e a “bonificação”, outras operações sobre as quais você talvez já tenha ouvido falar.
Split, inplit e bonificação: qual a diferença?
Enquanto, no split, as ações na Bolsa de Valores são divididas em mais unidades, no inplit ou “grupamento”, várias ações são reunidas numa só (acontece justamente o inverso, apesar de o patrimônio também ficar inalterado).
Finalmente, a bonificação é a distribuição gratuita de novas ações, feita com o propósito de recompensar acionistas e aumentar a quantidade de investidores em alteração do valor unitário.
“Tenho uma última dúvida! O split é um evento tributável?”
Não, do ponto de vista fiscal, você não precisa se preocupar: como não há ganho de capital da empresa com a operação de desdobramento de ações, não há impostos cobrados sobre ela.
Quaisquer tributos só vão incidir futuramente, quando houver venda das ações com lucro.
A contabilidade também é neutra, e você só vai precisar de um ajuste no número registrado de ações.
Entenda se chegou a hora de agir
Um split pode ser decisivo para você melhorar a acessibilidade de quem investe em ações do seu negócio, aumentar a base de investidores e alinhar a percepção de mercado ao crescimento da empresa.
“No fim das contas, a chave está em usá-lo com propósito estratégico, alinhado a um plano de longo prazo, em vez de tratá-lo como mera manobra de mercado”, conclui Alex Anton.
Se precisar de ajuda para entender o momento certo de agir, o melhor caminho será contar com uma mentoria estratégica sobre levantamento e alocação de capital. Comece hoje para revolucionar o seu negócio amanhã (literalmente, mesmo!).