
“Atuar a favor da inovação de produtos não é apenas ter boas ideias, mas ter coragem de testá-las, ter humildade para ouvir o mercado e ter disciplina para iterar até encontrar o que realmente gera valor”, explica o investidor, estrategista e ex-CSO do iFood, Alex Anton.
Apesar de a inovação de produtos ser um motor de crescimento e diferenciação, fazê-la não é só criar algo diferente.
Se você quer obter sucesso no processo, entenda profundamente o que os clientes valorizam, identifique lacunas e providencie soluções reais para dores e desejos.
Encontre, neste artigo, sete dicas práticas, atualizadas e alinhadas com a realidade de quem pretende transformar inovação em vantagem competitiva sustentável, além de porcentagem de investimento a considerar e erros comuns a evitar.
Boa leitura!
O que é inovação de produtos?
A inovação de produtos nada mais é do que o conjunto de processos e iniciativas pensado para uma empresa criar ou melhorar significativamente um bem ou serviço oferecido ao seu público-alvo.
Ela existe quando a empresa quer gerar mais valor para os clientes e para sua reputação, assim como para o caixa, e pode se tornar realidade por meio de mudanças ligadas a funcionalidades, design, tecnologia, materiais etc.
Quais as características da inovação de produtos?
Resumidamente, a inovação de produtos é marcada por ser significativa, viável e diferenciadora. Além disso, ela deve ser, acima de tudo, focada no cliente da empresa.
- Significativa: traz melhorias de impacto verdadeiro
- Viável: adequada à proposta, capacidade técnica, disponibilidade financeira
- Diferenciadora: capaz de levar a um resultado competitivo e que se destaca
- Focada no cliente: pensada para atender necessidades reais e permanentes
E, para que a inovação aconteça do jeito certo, você vai precisar abraçar pelo menos algumas das várias estratégias catalogadas adiante. Anote-as!
7 estratégias para inovação de produtos
Da compreensão do conceito tema deste artigo até os cálculos matemáticos, aqui estão estratégias-chave para inovar:
1. Compreender a proposta de “ser inovador”
Estratégia número um: lembrar que nem toda inovação é tecnológica e que, muitas vezes, o verdadeiro impacto de uma empresa está em simplificar o uso dos seus produtos, melhorar a experiência dos consumidores ou resolver uma dor ignorada há tempos.
Compreendendo a proposta de inovação de produto, você vai conseguir definir, dentro do seu negócio, que tipo de atualização mais faz sentido: um design mais inteligente? Uma nova funcionalidade? Uma integração? O foco na sustentabilidade? Mudança no modelo de negócio? Enfim.
2. Estudar o público de forma profunda
Ou melhor: de forma mais aprofundada do que a concorrência!
Muitas empresas caem na armadilha de copiar tendências do mercado sem escutar seus próprios usuários, só que a estratégia certa, na verdade, é considerar que inovação começa com empatia.
Quais dores ainda não foram resolvidas? O que realmente importa para o seu cliente?
Respostas para essas e outras perguntas serão obtidas através de uma pesquisa NPS, de uma entrevista completa, de análises de comportamento e social listening, por exemplo.
3. Prototipar, testar e aprender com os erros
O perfeccionismo é um inimigo comum da inovação.
Grandes produtos começam imperfeitos, mas evoluem com base em feedbacks reais, portanto, utilize MVPs, testes A/B, ciclos rápidos de iteração e priorize aplicar, na prática, o famoso processo de “design thinking” – experimentar, falhar, aprender e ajustar.
“A velocidade no aprendizado é mais valiosa do que a ideia genial guardada na gaveta”, reforça Alex Anton.
4. Construir uma cultura que sustenta a inovação
Considere capacitar e contratar estilos de liderança que incentivam experimentação, ter equipes multidisciplinares e colaborativas, eliminar burocracias desnecessárias de processos e oferecer um ambiente seguro para errar e aprender.
Você precisa construir toda uma cultura corporativa que sirva como âncora para as movimentações “pró-inovação”! Sem isso, provavelmente estará plantando em solo seco.
5. Alinhar a inovação à essência da marca
E nada de enxergar a inovação como um projeto isolado!
Ela deve estar integrada com o posicionamento da empresa, refletindo seu propósito e os valores que a marca defende no mercado.
Marketing, o time de produto e RH precisam trabalhar juntos para garantir coerência entre o que se constrói, o que se comunica e o que se vive internamente.
6. Inspirar-se em exemplos reais, mas não os replicar
Mais uma vez, só reproduzir o que já funciona não será sua solução, então, estude cases de sucesso, amplie seu repertório criativo e aproveite para refletir sobre as diferentes alternativas de entrega de valor ao consumidor.
O iFood transformou a entrega de comida ao investir pesado em logística e experiência do usuário. A Tesla não só criou carros elétricos, mas reinventou a experiência de mobilidade com updates remotos.
E o seu negócio, como vai garantir inovação dos produtos a ponto de entrar num rol de cases seletos?
7. Avaliar o investimento com base no potencial de retorno
Por último, é fundamental que o investimento em inovação seja justificado pelo retorno esperado, garantindo que os recursos aplicados tragam benefícios financeiros, estratégicos e competitivos para a empresa no médio e longo prazo.
Você vai precisar:
- Estimar o TAM (Total Addressable Market) da nova solução
- Mapear custos de desenvolvimento e tempo até o breakeven
- Considerar a capacidade da empresa de sustentar o ciclo de experimentação
- Avaliar impacto na fidelização e no Custo de Aquisição de Clientes (CAC)
Nada melhor do que equilibrar risco e oportunidade nesse caso!
Quanto investir na inovação de produtos?
O investimento ideal depende do porte e da maturidade da empresa, bem como do setor do mercado em que ela está inserida, mas, como referência, muitas organizações alocam entre 5% e 15% do faturamento anual em atividades ligadas à inovação e tech e pesquisa e desenvolvimento (P&D).
“Esse valor deve ser avaliado à luz do retorno esperado, da capacidade financeira e do alinhamento com o planejamento estratégico. Nunca é demais reforçar!” – Alex Anton
Para startups, o investimento pode ser mais concentrado em ciclos rápidos de testes, enquanto empresas tradicionais podem diluir o investimento em vários projetos de melhoria contínua.
Mas uma consultoria estratégica focada em inovação e resultados poderá lhe ajudar a chegar num cálculo mais preciso – enquanto também ajudará a adotar as estratégias acima e evitar os erros comuns e bastantes prejudiciais do próximo tópico.
Quais os piores erros cometidos na inovação de produto?
Mesmo com boas intenções, muitos projetos falham pelos mesmos motivos. Entre eles, destacam-se:
- Criar no escuro, sem escutar o cliente
- Ignorar a importância dos testes e das validações
- Não fazer os ajustes necessários imediatamente
- Acreditar que inovar é só investir em tecnologia
- Esquecer do alinhamento entre inovação e longo prazo
Querer evitar problemas assim já será um excelente passo!
Checklist: estou pronto para inovar?
A resposta à esta pergunta será positiva quando você disser “sim” para todos os questionamentos da lista:
- Tenho clareza sobre o problema que quero resolver?
- O produto reflete uma necessidade real e valorizada pelo cliente?
- Validei com usuários reais?
- A inovação está alinhada à visão da empresa?
- Estou preparado para aprender com os erros pós-lançamento?
- Defini métricas claras para medir o sucesso?
Com estratégia, foco no cliente e uma cultura que permita aprender com velocidade, a inovação se tornará uma alavanca poderosa de diferenciação e crescimento sustentável do seu negócio. Boa sorte!