- O que é open innovation? Entenda por que o assunto está sempre em alta
- Motivações reais para um dono de empresa abraçar a inovação aberta
- Principais desafios da adoção à open innovation e como superá-los
- Fica a seu critério! 3 tipos de open innovation para ponderar
- Nesse momento da open innovation…
- Como implementar open innovation rumo ao futuro? Ação em 6 etapas
A inovação aberta é para todas as empresas que querem sobreviver, crescer e se manter relevantes.
“Se você pretende que as engrenagens do seu negócio continuem girando nos próximos anos, deverá aderir à filosofia de open innovation em algum momento; em alguma instância”, enfatiza Alex Anton, estrategista, investidor e conselheiro de empresas ao redor do Brasil e do mundo.
Ler este artigo pode ser um bom primeiro passo!
O que é open innovation? Entenda por que o assunto está sempre em alta
O conceito de inovação aberta é uma filosofia de crescimento que tem como base a colaboração intencional de uma empresa, que deseja crescer, com o mundo externo, que pode ajudá-la nisso.
Quando você se torna adepto da open innovation, portanto, está abrindo a sua cabeça e o seu negócio para um universo de possibilidades; deixando de se limitar ao que acontece internamente.
E isso pode acontecer através da criação de vínculos com startups, com universidades, com um mapa diverso de stakeholders e até com concorrentes, se for o caso. Tudo depende do que vai acelerar sua criação e entrega de valor.
“Aderir à inovação aberta é abrir as fronteiras corporativas e aprender, cocriar e crescer de um jeito totalmente diferente”, explica Alex Anton.
Você está preparado?
Motivações reais para um dono de empresa abraçar a inovação aberta
Quase todas as organizações, hoje em dia, que escolhem pela open innovation tem motivos bastante palpáveis para isso. Dentre os principais, destacam-se:
- Mais velocidade para testar, errar e evoluir
- Redução de custos
- Acesso a novos especialistas e a tecnologias
- Alcance de metas ESG
- Fortalecimento da cultura interna
- Atração de talentos
- Posicionamento atualizado no mercado
- Menos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (o que não significa que processos internos de P&D possam ser substituídos)
Em contrapartida, também há desafios práticos que você precisa conhecer.
Principais desafios da adoção à open innovation e como superá-los
O quadro adiante detalha alguns dos obstáculos comuns e suas possíveis soluções, sugeridas por Alex Anton como parte de sua consultoria empresarial:
| Desafio | Soluções |
|---|---|
| Prova de Conceito (PoC) que não escala | Conecte cada uma a um problema real; defina de cara o critério de “Go/No Go” |
| Travas jurídicas | Crie modelos de contrato fast-tracks, com foco em SLAs curtos e risco controlado |
| Cultura organizacional inadequada | Eduque lideranças apresentando vitórias rápidas e contando histórias em que resultados palpáveis sejam protagonistas |
| Falta de orçamento recorrente | Trate a inovação como investimento, não como despesa; pense em retorno financeiro estratégico e, preferencialmente, trimestral |
“É comum ouvirmos histórias de donos de negócios que desistiram de se abrir para a inovação porque tentaram validar uma Prova de Conceito e nada escalou ou porque ficaram travados pelo departamento jurídico, mas não deixe que isso te abale”, insiste o consultor.
“Inovar é um processo de aprendizado contínuo, e cada tentativa aproxima a empresa de um modelo mais maduro, ágil e rentável”
No mais, saiba que todos esses caminhos podem ser seguidos independentemente do formato de open innovation.
Fica a seu critério! 3 tipos de open innovation para ponderar
Da inovação aberta mais comum àquela que é considerada a mais benéfica, são três as principais possibilidades de agir:
- Inbound Innovation: captação de soluções externas por meio de desafios, hackathons, scouting, programas de aceleração ou PoCs com startups
- Outbound Innovation: compartilhamento ou licenciamento de tecnologias internas, criação spin-offs ou de joint ventures com parceiros estratégicos
- Coupled Innovation: desenvolvimento conjunto de inovação; divisão de riscos, propriedade intelectual e ganhos
“A terceira opção se destaca porque o futuro é cada vez mais -co: cooperativo, cocriativo etc. Quem cresce junto, cresce de forma sólida, pode acreditar”, relata Anton com base em sua experiência de mercado.
Nesse momento da open innovation…
O aprendizado deve ser valorizado mais do que o controle, assim como a coragem de agir mesmo sem se sentir totalmente pronto.
As integrações precisam ser reais, o ROI comprovado, a escalabilidade garantida.
A IA entra em cena até para ajudar a mapear compatibilidades, e há cada vez mais parcerias de impacto ambiental e social mensuráveis. Até fundos corporativos atuam como motores de aprendizado e sinergia!
“Está havendo uma mudança estrutural no jeito de fazer negócio, então, sugiro que você crie ecossistemas híbridos para a sua empresa; aqueles em que tudo é conectado e gira ao redor da organização, do todo, não apenas dos produtos ou serviços”
E trate inovação como disciplina, não improviso.

Como implementar open innovation rumo ao futuro? Ação em 6 etapas
Transforme intenção em resultado indo muito além da ideia de fazer parcerias com startups e construindo uma nova forma de operar enquanto remodela a cultura do seu negócio para focá-la em colaboração contínua com o mundo externo.
Siga estas seis etapas:
1. Faça um diagnóstico
Entenda em que ponto a inovação aberta faz mais sentido, ou seja, gera mais valor para o seu negócio:
- Quais áreas têm gargalos ou custos elevados?
- Onde há oportunidades de diferenciação no mercado?
- Alguma meta pode ser acelerada com parcerias externas?
Para começar, foque naquilo cujo impacto possa ser medido rapidamente.
2. Defina objetivos e metas
Já sabendo que clareza gera tração e que objetivos vagos não levam a lugar algum, trace duas ou três metas mensuráveis para o seu projeto de inovação aberta. Conecte-as aos OKRs corporativos para que cada iniciativa tenha propósito, prioridade e patrocínio.
3. Escolha como você vai agir
Na terceira etapa da sua abertura para a inovação, escolha entre:
- Challenges/hackathons para resolver problemas específicos em curto prazo
- Programas de aceleração para testes estruturados de startups
- Corporate Venture Capital para investir em startups estratégicas
- Scouting contínuo, se você quiser uma busca ativa por tecnologias e soluções emergentes no mercado
- Plataformas digitais e hubs de inovação para criar ecossistemas permanentes de colaboração
O formato ideal depende da maturidade da sua empresa, dos recursos disponíveis e da velocidade de adesão desejada.
4. Firme contratos e acordos
Padronize acordos de confidencialidade (NDAs), termos de Provas de Conceito e contratos comerciais.
Certifique-se de que todos sejam simples, mas claros e completos, considerando todas as variáveis. Adapte os contratos, especificamente, à natureza de parcerias de inovação, com menos cláusulas de punição e mais cláusulas de aprendizado.
Dicas extras de boas práticas!
- Crie um playbook jurídico interno com modelos pré-aprovados
- Defina níveis de risco e fluxos rápidos de aprovação dos documentos
- Garanta que o jurídico participe desde o início
- Tenha o jurídico como parceiro estratégico, não como fiscal
5. Faça suas Provas de Conceito
Ao testar sua inovação aberta, execute entre duas e três Provas de Conceito (PoCs), focadas em aprendizado e integração.
Elas devem ter sponsors executivos devidamente definidos (aquelas pessoas que “bancam” o projeto internamente), critérios de sucesso bem objetivos e prazos curtos (máximo 12 semanas).
E volte à ideia de conectar as PoCs a problemas reais, pois, acima de tudo, nesse momento, você quer entender se a solução de inovação empresarial escolhida se encaixa na realidade do seu negócio.
6. Monitore e escale
Então, pautado pelo diferencial das empresas que realmente prosperam com open innovation – a garantia de um processo contínuo de monitoramento e aprendizado – siga em frente, rumo à escalabilidade.
Você vai precisar de indicadores de impacto, por exemplo:
- Tempo médio da PoC até a integração
- Retorno financeiro e/ou operacional
- Custos reduzidos
- Áreas/profissionais com maior engajamento
- Áreas/profissionais que mais aderiram soluções externas
“Nesse momento, talvez valha a pena fazer algumas automatizações com plataformas específicas de gestão de inovação, garantindo visualização total dos dados, transparência e também aprendizado institucional”, sugere Alex Anton.
Somada a cada etapa estará a consistência; a mentalidade de longo prazo, sustentada por liderança, cultura e processos.
“Inovar é decidir agir mesmo sem ter todas as respostas. É abrir mão do controle total e abraçar o aprendizado constante. E repetir o processo até que ele se torne parte do DNA da empresa”, conclui o consultor.