Open innovation: especialista explica como e por que aderir

Este artigo traz definições e orientações importantes dentro da filosofia de “open innovation”. Confira.

Por Redação Alex Anton 24 de Outubro de 2025 - Atualizado em 31 de Outubro de 2025 8 min. de leitura
Imagem ilustrativa de inovação aberta, com um homem e uma mulher discutindo ao lado de uma lâmpada de ideia brilhante e uma seta apontando para cima, representando crescimento e sucesso empresarial.

A inovação aberta é para todas as empresas que querem sobreviver, crescer e se manter relevantes.

“Se você pretende que as engrenagens do seu negócio continuem girando nos próximos anos, deverá aderir à filosofia de open innovation em algum momento; em alguma instância”, enfatiza Alex Anton, estrategista, investidor e conselheiro de empresas ao redor do Brasil e do mundo.

Ler este artigo pode ser um bom primeiro passo!

O que é open innovation? Entenda por que o assunto está sempre em alta

O conceito de inovação aberta é uma filosofia de crescimento que tem como base a colaboração intencional de uma empresa, que deseja crescer, com o mundo externo, que pode ajudá-la nisso.

Quando você se torna adepto da open innovation, portanto, está abrindo a sua cabeça e o seu negócio para um universo de possibilidades; deixando de se limitar ao que acontece internamente.

E isso pode acontecer através da criação de vínculos com startups, com universidades, com um mapa diverso de stakeholders e até com concorrentes, se for o caso. Tudo depende do que vai acelerar sua criação e entrega de valor.

“Aderir à inovação aberta é abrir as fronteiras corporativas e aprender, cocriar e crescer de um jeito totalmente diferente”, explica Alex Anton.

Você está preparado?

Motivações reais para um dono de empresa abraçar a inovação aberta

Quase todas as organizações, hoje em dia, que escolhem pela open innovation tem motivos bastante palpáveis para isso. Dentre os principais, destacam-se:

  • Mais velocidade para testar, errar e evoluir
  • Redução de custos
  • Acesso a novos especialistas e a tecnologias
  • Alcance de metas ESG
  • Fortalecimento da cultura interna
  • Atração de talentos
  • Posicionamento atualizado no mercado
  • Menos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (o que não significa que processos internos de P&D possam ser substituídos)

Em contrapartida, também há desafios práticos que você precisa conhecer.

Principais desafios da adoção à open innovation e como superá-los

O quadro adiante detalha alguns dos obstáculos comuns e suas possíveis soluções, sugeridas por Alex Anton como parte de sua consultoria empresarial:

Desafio Soluções
Prova de Conceito (PoC) que não escala Conecte cada uma a um problema real; defina de cara o critério de “Go/No Go”
Travas jurídicas Crie modelos de contrato fast-tracks, com foco em SLAs curtos e risco controlado
Cultura organizacional inadequada Eduque lideranças apresentando vitórias rápidas e contando histórias em que resultados palpáveis sejam protagonistas
Falta de orçamento recorrente Trate a inovação como investimento, não como despesa; pense em retorno financeiro estratégico e, preferencialmente, trimestral

“É comum ouvirmos histórias de donos de negócios que desistiram de se abrir para a inovação porque tentaram validar uma Prova de Conceito e nada escalou ou porque ficaram travados pelo departamento jurídico, mas não deixe que isso te abale”, insiste o consultor.

“Inovar é um processo de aprendizado contínuo, e cada tentativa aproxima a empresa de um modelo mais maduro, ágil e rentável”

No mais, saiba que todos esses caminhos podem ser seguidos independentemente do formato de open innovation.

Fica a seu critério! 3 tipos de open innovation para ponderar

Da inovação aberta mais comum àquela que é considerada a mais benéfica, são três as principais possibilidades de agir:

  1. Inbound Innovation: captação de soluções externas por meio de desafios, hackathons, scouting, programas de aceleração ou PoCs com startups
  2. Outbound Innovation: compartilhamento ou licenciamento de tecnologias internas, criação spin-offs ou de joint ventures com parceiros estratégicos
  3. Coupled Innovation: desenvolvimento conjunto de inovação; divisão de riscos, propriedade intelectual e ganhos

“A terceira opção se destaca porque o futuro é cada vez mais -co: cooperativo, cocriativo etc. Quem cresce junto, cresce de forma sólida, pode acreditar”, relata Anton com base em sua experiência de mercado.

Nesse momento da open innovation…

O aprendizado deve ser valorizado mais do que o controle, assim como a coragem de agir mesmo sem se sentir totalmente pronto.

As integrações precisam ser reais, o ROI comprovado, a escalabilidade garantida.

A IA entra em cena até para ajudar a mapear compatibilidades, e há cada vez mais parcerias de impacto ambiental e social mensuráveis. Até fundos corporativos atuam como motores de aprendizado e sinergia!

“Está havendo uma mudança estrutural no jeito de fazer negócio, então, sugiro que você crie ecossistemas híbridos para a sua empresa; aqueles em que tudo é conectado e gira ao redor da organização, do todo, não apenas dos produtos ou serviços”

E trate inovação como disciplina, não improviso.

Comparação entre inovação fechada e aberta, destacando o papel das ideias internas e externas, colaboradores externos e mercados alternativos.

Como implementar open innovation rumo ao futuro? Ação em 6 etapas

Transforme intenção em resultado indo muito além da ideia de fazer parcerias com startups e construindo uma nova forma de operar enquanto remodela a cultura do seu negócio para focá-la em colaboração contínua com o mundo externo.

Siga estas seis etapas:

1. Faça um diagnóstico

Entenda em que ponto a inovação aberta faz mais sentido, ou seja, gera mais valor para o seu negócio:

  • Quais áreas têm gargalos ou custos elevados?
  • Onde há oportunidades de diferenciação no mercado?
  • Alguma meta pode ser acelerada com parcerias externas?

Para começar, foque naquilo cujo impacto possa ser medido rapidamente.

2. Defina objetivos e metas

Já sabendo que clareza gera tração e que objetivos vagos não levam a lugar algum, trace duas ou três metas mensuráveis para o seu projeto de inovação aberta. Conecte-as aos OKRs corporativos para que cada iniciativa tenha propósito, prioridade e patrocínio.

3. Escolha como você vai agir

Na terceira etapa da sua abertura para a inovação, escolha entre:

  • Challenges/hackathons para resolver problemas específicos em curto prazo
  • Programas de aceleração para testes estruturados de startups
  • Corporate Venture Capital para investir em startups estratégicas
  • Scouting contínuo, se você quiser uma busca ativa por tecnologias e soluções emergentes no mercado
  • Plataformas digitais e hubs de inovação para criar ecossistemas permanentes de colaboração

O formato ideal depende da maturidade da sua empresa, dos recursos disponíveis e da velocidade de adesão desejada.

4. Firme contratos e acordos

Padronize acordos de confidencialidade (NDAs), termos de Provas de Conceito e contratos comerciais.

Certifique-se de que todos sejam simples, mas claros e completos, considerando todas as variáveis. Adapte os contratos, especificamente, à natureza de parcerias de inovação, com menos cláusulas de punição e mais cláusulas de aprendizado.

Dicas extras de boas práticas!

  • Crie um playbook jurídico interno com modelos pré-aprovados
  • Defina níveis de risco e fluxos rápidos de aprovação dos documentos
  • Garanta que o jurídico participe desde o início
  • Tenha o jurídico como parceiro estratégico, não como fiscal

5. Faça suas Provas de Conceito

Ao testar sua inovação aberta, execute entre duas e três Provas de Conceito (PoCs), focadas em aprendizado e integração.

Elas devem ter sponsors executivos devidamente definidos (aquelas pessoas que “bancam” o projeto internamente), critérios de sucesso bem objetivos e prazos curtos (máximo 12 semanas).

E volte à ideia de conectar as PoCs a problemas reais, pois, acima de tudo, nesse momento, você quer entender se a solução de inovação empresarial escolhida se encaixa na realidade do seu negócio.

6. Monitore e escale

Então, pautado pelo diferencial das empresas que realmente prosperam com open innovation – a garantia de um processo contínuo de monitoramento e aprendizado – siga em frente, rumo à escalabilidade.

Você vai precisar de indicadores de impacto, por exemplo:

  • Tempo médio da PoC até a integração
  • Retorno financeiro e/ou operacional
  • Custos reduzidos
  • Áreas/profissionais com maior engajamento
  • Áreas/profissionais que mais aderiram soluções externas

“Nesse momento, talvez valha a pena fazer algumas automatizações com plataformas específicas de gestão de inovação, garantindo visualização total dos dados, transparência e também aprendizado institucional”, sugere Alex Anton.

Somada a cada etapa estará a consistência; a mentalidade de longo prazo, sustentada por liderança, cultura e processos.

“Inovar é decidir agir mesmo sem ter todas as respostas. É abrir mão do controle total e abraçar o aprendizado constante. E repetir o processo até que ele se torne parte do DNA da empresa”, conclui o consultor.

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